Pesquisar este blog

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O MESMO OUTRO

A embarcação é açoitada pelos seus motores, até que desencalha, desengata, desatraca. Eu permaneço estático. Não me comove se o mar não está pra peixe, pareço alguém que cuida só de suas escamas. Se chove, eu me recolho em minha bolha, e nem sei se ela bóia, se dilúvio. Permaneço um atávico atarracado, afinando o meu egoísmo de batráquio. Sou deste mundo: ele é minha escola! Aos poucos aprendo a arte da isenção, do distanciamento, e até durmo - um estrangeiro? - enquanto o mundo desintegra. Desperto sempre um pouco mais cruel, coração endurecido. Detenho-me nos noves-fora deste cálculo, até que a embarcação atinge a outra margem. E eu, embora outro, sou o mesmo - azedo! Talvez com um pouco mais de sofisticação.

Nenhum comentário: