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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

PENSO

No que eu estou pensando? Tô pensando em como seria bom não pensar em nada! Não ter a obrigação de pensar em nada, não ter que mostrar que penso, como penso, no que penso. Praticar a tática do desaparecimento, virar bicho de goiaba e sumir na entresafra. Virar sopro de fumaça e rumar pra estartosfera. Mas é inevitável viver e pensar e sentir e...

Hoje acordei penso, descompensado, sem paciência para obséquios. Mas, como estou demasiado, faço um urgente pedido: não me exija sacrifícios, que da minha cota disso já não resta nem resquício!

RETORNO

Todo retorno de viagem exige esvaziar as malas. Mas, desfazer malas é tarefa fácil, os objetos graúdos, os marcos de passagem, os souvenires emblemáticos. Mais do que esvaziar malas, o retorno das viagens nos impõe a ingrata tarefa de esvaziar os bolsos, as algibeiras. Raspar os mínimos detalhes do percurso, para ver onde se esconderam em nós os detalhes que, de tão pequeninos, nos entram, nos entalham, nos esburacam e nos imprimem os seus matizes, filizes ou não. Ali, nesses bagacinhos quase invisíveis, os restos de felicidade, os vestígios de perplexidade, as cumplicidades, as sensações arquivadas no grude das roupas, nas dobras do corpo. Sim, fomos felizes, a viagem vale por si. Agora temos só a poeira de existências mínimas, que temos que sacudir para que o retorno de fato se instaure. Mais do que isto: para que outra viagem se inicie! No fundo, somos feitos disso!

PARA NÃO ESQUECER...

HOJE, 15 de outubro de 2012, dia do professor. Vejo muitas postagens no face lembrando isso, todos reconhecendo o valor do professor e salientando os seus diversos desassossegos! A exatamente um ano, no Programa Aprovado, pude apresentar alguns elementos desse "mal-estar docente". Por outro lado, algumas pessoas os homenageiam e entre as homenagens sinceras, algumas me incluem. Fico lisonjeado por saber que meu trabalho não é só ficar na UNEB, na academia, professorzinho de merda, formando otários - como já ouvi alguma vez.

Sou professor. Mais do que isso, atuo na formação de professores. E, como um dia ouvi de uma professora minha, em Belo Horizonte, Inês Assunção de Castro Teixeira, sei que o desafio da formação de professores está em potencializar sua condição de sujeito sócio-cultural, tornando-os capazes de interrogarem e reinventarem a si mesmos, à sociedade e à história. Eis um desafio que, como dizia a mesma professora, é sobretudo ético, pois trata-se de capacitá-los ao digno exercício de seu ofício, que impõe a responsabilidade da formação de outros sujeitos sócio-culturais, para que sejam igualmente capazes de interrogarem e reinventarem a si mesmos, à sociedade e à história, como sujeitos livres e autônomos. Sei que estamos lenge deste ideal e da clareza desta função. Principalmente pelo modo como a sociedade como um todo (apesar das postagens no Facebook) os hostiliza e os desvaloriza cotidianamente. Os descredencia da autoridade necessária ao exercício de sua função. Havendo qualquer confusão na escola, automaticamente decretamos que quem está errado é o professor. Não há uma só "rede de proteção" da profissão docente. Pergunto: e como é que alguém que não é protegido e respeitado pode proteger e respeitar alguém?
 
Ainda assim sei que formá-los, como diria a professora que homenageio aqui, é formar o artesão da memória, aquele que conta as coisas da vida e a experiência, que apresenta e interroga o mundo aos que chegam, que faz prosseguir e recriar o conhecimento e a herança cultural da humanidade, considerando as múltiplas formas de pensamento, de expressão e sensibilidade humanas. Aquele que lembra, que busca e fala dos sonhos e utopias às novas gerações. Alguém capaz de se indignar. E de se rebelar, quando necessário. E o que eu desejo a todos os professores, de antes, de agora e do futuro? QUE SE DÊM À DIGNIDADE DA INDIGNAÇÃO E SE REBELEM TODOS! É O QUE DESEJO, JÁ FAZ TEMPO! E QUE SEJAM COMPETENTES NO QUE FAZEM!
 
O resto é lero-lero!
 
Feliz Dia dos Professores a quem o é e sabe a dor e a delícia de sê-lo!
 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Neste sábado, dia 13/10/2012, às 08:35, o Programa Aprovado da TV Bahia traz um pouco da cultura sertaneja do norte baiano: uma reportagem sobre o vaqueiro de Curaçá (da qual eu participo), outra com o artista Gildemar Sena Oliveira, de Uauá, Maviael Melo recitando poemas... e outras curiosidades. Acorde cedo e não perca!

Josemar Pinzoh