Josemar da Silva Martins (Pinzoh)
Boa tarde a todos os amigos, ouvintes e colaboradores do Multicultura.
O papo hoje é sobre ecologia. Mas não é sobre aquilo que convencionalmente entendemos pelo termo ecologia, restrito à relação dos ecossistemas naturais e aos seus os respectivos equilíbrios e desequilíbrios. Quero sugerir que hoje a palavra ecologia pode ser utilizada para falar de ecossistemas e ecologias de idéias: das boas idéias ou das idéias daninhas e danosas. Isso define aquilo que poderíamos chamar “ambiente de inovação”, que é mais uma espécie de “ambiente de inoculação”, propício ao surgimento de determinados tipos de idéias e modos de pensar.
É evidente que novas idéias podem surgir em qualquer lugar, dada a diversidade dos fluxos de comunicação, que colocam em relacionamento idéias muito variadas e aparentemente distantes entre si.
Mas deveríamos fortalecer o entendimento de que, quanto mais um ambiente é arejado de idéias novas, mais ele se torna propício ao surgimento de outras idéias novas e inovadoras. Há na vida social, uma espécie de “espírito do tempo” e até uma espécie de “espírito de lugar”, constituídos pelos tipos de idéias que perfazem a vida social.
As idéias são tão importantes que todas as ditaduras, começam por persegui-las e controlá-las.
Numa cidade como Juazeiro também existem ecologias de idéias, alimentadas por todo tipo de redundâncias distribuídas pelos fluxos de comunicação. E há também, dada a qualidade desses fluxos, até uma inanição das idéias, formas de iniqüidade das idéias.
É preciso então oxigenar essas ecologias, pois é urgente enfrentar a ignorância através de uma luta não ignorante, ampliando o “ambiente de inovação” das idéias, o que requer que a cidade tenha mais espaços para debates, para experimentações, para intercâmbios despidos da lógica tacanha do lucro imediato.
Comecemos por aí!
Eu sou Josemar Martins, Pinzoh, e volto na semana que vem. Boa tarde!
(Participação no Programa Multicultura de 11/12/2009, na Radio Tropical SAT, Juazeiro/BA)
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