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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Anti-Mensagem de Natal


Todos os anos, quando chega neste ponto em que se misturam a compaixão religiosa, a transição para um ano novo e todos os ímpetos comerciais agregados a isto, eu me torno uma pessoa estranha. Não tolero mais esse Papai Noel de plástico e papel. Desacredito dessas mensagens laureadas de sinos, estrelas, lambuzadas de virtual pó-mágico dourado e animadas com essas musiquinhas entediantes. Desconfio até dessas mensagens bem intencionadas dos amigos. Em geral me resguardo, não vou às compras, não dou presentes – a não ser a pessoas bem especiais. Não quero ser Papai Noel, nem de plástico, nem papel.

Mas, afinal, os fins de ano são essas oportunidades, muitas vezes melancólicas, de estabelecermos um contrato com nós mesmos. A vida não é negócio! Mas, às vezes, os negócios gerenciam a nossa vida. E nos vampirizam! Chegamos ao fim do ano com a sensação de que vivemos menos e negociamos mais. Será isso mesmo o que chamamos de produção da vida? Se for isto, é preciso pensar melhor em como otimizar a nossa relação com os fluxos econômicos, como direito de vida.
Porque, vivendo, cada vez aumenta mais em mim essa necessidade de um intervalo maior, a cada dia, para mirar o mundo, suas belezas e suas estranhezas. Buscar a beleza que há na beira do rio (1), no pôr-do-sol (2). Será pela beleza que miramos aos céus nossas antenas (3) e as torres da Igreja (4)? E por que não miramos mais o horizonte, a cidade, tanto mais caótica quanto mais florida poderia ser (5, 6, 7, 8, 9)? Como poderiam ser elas mais belas, todos os dias do ano, nos oferecendo em cores um chão mais macio (10)!

Desvio o meu olhar para outras singelezas! Vou pegar o meu barquinho (11), esse portal de tantas possibilidades, e navegar. E espero que no ano próximo, haja mais que 2011 razões para servos felizes nele.

Abraços a tod@s!

Josemar da Silva Martins (Pinzoh)

2 comentários:

Ana Carla Guimaraes disse...

Esse seu sentimento é o de muitos. Inclusive o meu. Não tem nada de anti-social. É apenas um desabafo e um alerta ao tipo de direcionamento ou prioridades q damos às coisas nessa época (principalmente)..mas há quem goste desse jeito, como tá, ou quem não perceba ou finja..existe de tudo. Adorei o texto.
bjuss.

Ana Carla Guimaraes disse...

o lado positivo é que forçamos a voltar atenções pra nós mesmos e às pessoas que amamos. o que é tão raro acontece de forma quase obrigatória.