Hoje eu quero blues, ou jazz, ou qualquer outra música que não seja nenhuma carícia besta. Algo áspero! Cortante! Que me atravesse desabotoando o lacre do ser. Do ser do ente, do ser doente, equilibrando em aço de guitarra, desobediente. Quero essa música que me entra com estilo de estilete, e com o seu metal raspa algum fiapo de ser enterrado lá dentro, na lama dos interiores, no refúgio do ventre, numa frequência que desbote os dentes, e dê gastura, encha a boca d’água, faça franzir a testa. Hoje eu quero essa festa, como uma fresta do inusitado no abrigo de um condenado! Hoje a minha dose de Diazepam eu quero no diapasão ansiolítico da música.
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