Pesquisar este blog

domingo, 5 de junho de 2011

NOSSA CASA NO SERTÃO

Nossa casa do sertão era tão baixa

Os ombros do meu pai a sustentavam

Franzino, seu corpo era dela pé direito

Tão firme, no entanto, que a toda estrutura amparava.


Nossa casa no sertão tinha telhado

De tantos cacos de telha, formado

E se ria ele mesmo em buraquinhos,

Que à rede, se podia balançar o céu de lá pra cá.


Réstias de sol traziam as nuvens

A passear devagar pelas paredes

Em noites de lua, era ela que, acanhada,

Pelas frestas nos mirava em nossa inocência.


Se havia chuva, cada goteira que por ali pingava

Tornava menos sal a nossa lágrima

E, no entanto, tanto afeto havia lá

Que no mundo todo, era só ali nosso agasalho.


Nenhum comentário: