Nossa casa do sertão era tão baixa
Os ombros do meu pai a sustentavam
Franzino, seu corpo era dela pé direito
Tão firme, no entanto, que a toda estrutura amparava.
Nossa casa no sertão tinha telhado
De tantos cacos de telha, formado
E se ria ele mesmo em buraquinhos,
Que à rede, se podia balançar o céu de lá pra cá.
Réstias de sol traziam as nuvens
A passear devagar pelas paredes
Em noites de lua, era ela que, acanhada,
Pelas frestas nos mirava em nossa inocência.
Se havia chuva, cada goteira que por ali pingava
Tornava menos sal a nossa lágrima
E, no entanto, tanto afeto havia lá
Que no mundo todo, era só ali nosso agasalho.
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