De
onde vim, meu compadre, onde tudo teve início? Não. Não pense nunca, que venha
eu do silêncio.
Tampouco
vim do barulho, desse entulho de ruídos, que envadem nossos ouvidos todos os
dias pagãos.
Eu
vim mesmo foi da música, desde o choro de nascença, desde o canto de ninar,
desde o cantarolar manso, nas noites do meu sertão. Euclidiano sertão.
Euclidiano ou não!
A
música é a a estrada que me trouxe, que me abriu tantas portas. Estrada que é,
como toda estrada, naturalmente torta, como uma clave de sol. Constituída de sons,
de tons, de bares e amigos, bandas de bolsos, bandas de lua… de versos e de
seus avessos. Caminho que não tem preço, nem desculpa, nem perdão.
E cá
estou, entre vós, para mostrar sem demora, a minha trilha sonora, que colhi
nesta viagem. Se aqui faço paragem, é para colher neste instante, como todo bom
caminhante, algumas sonoridades, que vossas presenças trazem.
Porque
eu vim foi da música. E é para ela que eu volto!
Kleyton Nunes: De Onde Vim
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