a vida anda assim encruzilhada
(não seria em cruz ilhada?)
fluxos rodopiando nos fios do cerebelo
ouriçando rimas, enzimas
nos derivando nas conexões
um dia ali, alegre,
outro além, nem tanto
sem exatas equações.
*
estamos todos nos compondo
uns aos outros
uns nos outros
umas para outras...
*
penumbra do dedo
quase apontando um rumo
é o seu nesta foto...
e as cores das flores
marcando o contorno do fato.
*
minhas palavras a esmo...
cá de longe, ermo do mundo
profundo seu beijo sem pitoca
na prancha do seu teclado
seu dedo quase me toca
*
e eu distraio ouriçando ondas
sendo tragado pelas janelas
excitando ainda estes perfil distantes
nas percepções acesas pela tela
*
o virtual nada mais me dá além disso
além desses ouriçamentos distantes.
e, derepente, eu quero mesmo é pêlos
e peles: concretas, acesas, arrepiadas, nuas
para nelas me enroscar de fato
enquanto espero a lua
*
conectar o corpo noutro corpo
plugar a boca noutra boca em chamas
trocar os fluxos por temperaturas
derramar os “áis” e “úis” na cama
encher de novo o copo de loucuras...
*
eis o que desejo
quanto mais me queimo
da fogueira dessa tela
*
e sigo quase ileso...
mas, melhor que isso, é tê-la sem frecuras!
*
*
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